segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Recordações de liberdade

Alegremente, corria atravessando o campo de erva alta e ressequida pela passagem do Verão que começava a distanciar-se. O terreno era banhado pelo sol dourado, porém não muito poderoso que passava entre rasgos por entre a folhagem das árvores em redor e as ervas oscilavam ao som do vento momentâneo naquela tarde que já não ia no inicio.
  Tudo aquilo lhe lembrava outros tempos, tempos em que as preocupações não existiam, as corridas pelos campos eram diárias e feitas em passada muito mais curta e pensar nisto só lhe trazia saudade.
  Parou, fechou os olhos e disfrutou de mais um momento de vento daquela tarde em que este não era constante mas vinha aparecendo. Os cabelos eram-lhe agitados e as narinas invadidas por um cheiro que lhe mostrava tempos distantes...
  O trabalho, as obrigações e todo o stress sentido no dia-a-dia acentuavam a falta de liberdade e de descompressão sentida por ele, e não havia nada melhor que vislumbrar no horizonte um infinito campo que ele percorria de lés a lés e lhe trazia de volta os tempos em que a dita liberdade era por ele sentida, e esta não permanece intocável durante uma vida, por vezes aumenta com o passar do tempo, mas tende a diminuir e quando não a temos, sentimos sempre a sua falta.

2 comentários:

Cristina disse...

Liberdade...
Mito de quem vive alheio à realidade...
Tudo passa muito rapido e a invasão dos "ciclos" catalogados pela sociedade são sempre o sufoco e a saudade dessas tardes livres de tudo...

Muito lindo o texto e tão real.

Laura disse...

obrigada (:
gostei muito dos textos, sigo também.