E com uma mágoa meia
fingida, meia real, mas cada vez mais sentida, foco-me no exercício da escrita
e tudo me parece mais brilhante.
Os campos amarelados do trigo ressequido pela
passagem do Verão, são o pousio ideal para a águia, que por estes lados existe
em quantidade. E o trigo ao vento, parece-se constantemente ao teu cabelo de um
louro tão puro, que se agita com facilidade e doçura, quem sabe, ao sabor do
mesmo vento que agita o trigo. Já a águia, pode encarar a personagem que
representas, tão atenta e perspicaz, não se lançando em voo picado sem total
certeza da sua eficácia.
E já vi castelos, com tão altas muralhas que
se assemelham às que diariamente ergues, dificultando a realização da minha
maior vontade, a de tocar o teu coração. Ainda assim, eu vou escalando todos os
muros que levantas, qual lendária tarefa de Sísifo, esperando que te canses de
resistir e me deixes chegar até ti.
E relacionando tudo e qualquer das coisas
que vejo, contigo, registo momentos, tiro as melhores fotos sempre com a
certeza de que se fosse a tua face que vislumbrasse por entre as florestas que
atravesso, esse local seria o indicado para capturar mil e uma imagens.
Aproximava a imagem o máximo que conseguisse, no melhor zoom possível, para
melhor poder ver os teus olhos e os teus lábios mais que perfeitos, uma vez que
a tua foto, que transporto comigo para qualquer país e localidade, se torna
cada vez mais insuficiente e mais desproporcional no que respeita à medida de
forças com o inimigo mais duro de combater, a saudade.