quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A lua e a distância

  A chuva furiosa, bate contra a janela em consecutivos gritos raivosos. É o único ruído distinguível, porque a noite, permanece silenciosa e eu, tento ver a lua por entre as nuvens de um céu hoje bastante nublado e tento vê-la, imaginando que tu também o fazes, no mesmo minuto que eu, pensando em mim, da mesma maneira que eu penso em ti enquanto a olho.
  Era realmente fantástico se tudo fosse tão fácil quanto olhar a lua. Penso agora no quão próxima está a maravilhosa lua e no quão distante estás tu, sendo ainda mais maravilhosa que ela. A distância, é mesmo relativa... A lua, tão longe e tão perto, à distancia de um simples olhar e tu, por muito que olhe, o meu olhar não alcança as tuas feições. Quem está mais longe afinal?
  Se é a lua, porque a tenho eu todos os dias a olhar para mim e não te tenho a ti? Porque é que não tenho saudades dela e tenho imensas saudades tuas?
  Será distante aquilo que não conseguimos alcançar nem tocar com o olhar? Talvez seja, porque as vezes sinto-te muito longe e na verdade, sinto a lua bem mais perto, quando aparece, surgindo no meio da escuridão.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Tempo e saudade

 Um minuto, pode ser apenas um minuto, ou podem ser 60 segundos, e não, não é bem a mesma coisa. Um minuto, pode passar com um estalar de dedos, enquanto por vezes, os segundos são intermináveis e o minuto parece não passar. Quanto mais queremos aproveitar cada segundo, mais os minutos parecem apressar-se a passar e o tempo pode ser o nosso pior inimigo, e falo por experiência própria.
   Já tiveram saudades, mas mesmo saudades de alguém e só tiveram um minuto para resolver esse problema, ou dois, para não arriscar errar? Aí sim, o tempo pode ser detestável, queria poder agarra-lo e passava-me por entre os dedos, corria a uma velocidade que não era alcançável, por nada nem por ninguém.
   Cada beijo, podia ser o último e passava a mão pela sua face como quem quer que aquele momento perdure para sempre, como quem tem medo de não estar a aproveitar o tempo, o momento que em menos de nada escasseará, e escasseou.
Em menos de nada, estava a olhar para trás e a vê-la partir, a partir de volta a casa e eu, fiquei ali com o seu sabor nos meus lábios, temporariamente, a aguardar o próximo beijo, ainda com mais ansiedade.