Um rapaz a quem toda a gente gozava diariamente sem descanso passeava pela praia deserta desfrutando da água que lhe tocava e enregelava os pés.
Tentava abstrair-se de tudo e não pensar em nada que o atormentasse.
A vida deste jovem de dezasseis anos, não era fácil e nos últimos tempos havia piorado.
A mãe havia partido numa viagem sem regresso e ele vivia com o pai que tinha vícios e não lhe dava muita atenção.
Não tinha grandes amigos visto que gostava de andar sozinho e tratava quem se aproximava como a vida o tinha tratado a ele.
Sentou-se na areia e recordou a mãe, que sempre tinha feito tudo por ele, sempre o ajudara e apoiara em tudo.
Era o “pilar” que ele estava a precisar naquele momento e já há algum tempo.
Voltou a levantar-se na tentativa de desviar o pensamento e andou até chegar a um enorme rochedo que ele trepou, porque estava ao alcance de ser trepado.
Olhou de lá de cima o mar e contemplou a beleza incomparável do mesmo.
Aproximou-se do fim do rochedo e sentiu a forte ventania que se fazia sentir a bater-lhe na cara transmitindo-lhe uma enorme sensação de liberdade.
Deixou-se contagiar por esta sensação, pensou uma vez mais na mãe e em tudo o resto e deu mais um passo para além do rochedo, partindo assim na viagem em que a mãe partira, esperançado de a encontrar.
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