segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Viagem

   E com uma mágoa meia fingida, meia real, mas cada vez mais sentida, foco-me no exercício da escrita e tudo me parece mais brilhante.
  Os campos amarelados do trigo ressequido pela passagem do Verão, são o pousio ideal para a águia, que por estes lados existe em quantidade. E o trigo ao vento, parece-se constantemente ao teu cabelo de um louro tão puro, que se agita com facilidade e doçura, quem sabe, ao sabor do mesmo vento que agita o trigo. Já a águia, pode encarar a personagem que representas, tão atenta e perspicaz, não se lançando em voo picado sem total certeza da sua eficácia.
   E já vi castelos, com tão altas muralhas que se assemelham às que diariamente ergues, dificultando a realização da minha maior vontade, a de tocar o teu coração. Ainda assim, eu vou escalando todos os muros que levantas, qual lendária tarefa de Sísifo, esperando que te canses de resistir e me deixes chegar até ti.
   E relacionando tudo e qualquer das coisas que vejo, contigo, registo momentos, tiro as melhores fotos sempre com a certeza de que se fosse a tua face que vislumbrasse por entre as florestas que atravesso, esse local seria o indicado para capturar mil e uma imagens. Aproximava a imagem o máximo que conseguisse, no melhor zoom possível, para melhor poder ver os teus olhos e os teus lábios mais que perfeitos, uma vez que a tua foto, que transporto comigo para qualquer país e localidade, se torna cada vez mais insuficiente e mais desproporcional no que respeita à medida de forças com o inimigo mais duro de combater, a saudade.

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