E para
uma tão longa jornada, levo comigo, o calor do teu abraço, o doce sabor dos
teus lábios e a infeliz e inesperada vontade de ficar.
Faço das
tuas palavras minhas, e escrevo, partilhando do teu raciocínio, que no silêncio
se esconde o meu maior grito, eventualmente de revolta por não te poder ter ao
meu lado agora. Agora, que exprimiste em parte o que sentes e acredites ou não,
isso representa uma enorme conquista para mim, mesmo tendo total certeza que há
palavras e sentimentos que continuam, aí mesmo, dentro de ti, oprimidos pelo
receio.
E no meu
olhar vazio, que percorre todas as paisagens e mais ainda, só com o objectivo
de alcançar o teu, disfarçam-se as lágrimas com as quais travo uma batalha
demasiado dura a todas as horas, para que não caiam, para que no fundo não me
deixe possuir por uma tristeza demasiado profunda.
E porque
as saudades já se fazem sentir, eu finjo ser o que não sou, finjo não ter
sentidos, finjo ser forte e que tudo me é indiferente e quando a minha armadura
se desfaz, eu fecho os olhos, lembro-me de ti, do teu sorriso, sorrio também e
é nesse momento que a minha armadura volta a formar-se, porque tu és a minha
fraqueza, mas em simultâneo, o que me torna indestrutível.
E porque
já dizia o cantor, e porque é nisso que eu acredito e em que quero acreditar:
“Muito mais é o que nos une, do que aquilo que nos separa”.
Não
tenhas medo, dá-me a mão e eu protejo-te do mundo. Gosto de ti, muito.
Sem comentários:
Enviar um comentário