domingo, 4 de agosto de 2013

Porque

    E para uma tão longa jornada, levo comigo, o calor do teu abraço, o doce sabor dos teus lábios e a infeliz e inesperada vontade de ficar.
   Faço das tuas palavras minhas, e escrevo, partilhando do teu raciocínio, que no silêncio se esconde o meu maior grito, eventualmente de revolta por não te poder ter ao meu lado agora. Agora, que exprimiste em parte o que sentes e acredites ou não, isso representa uma enorme conquista para mim, mesmo tendo total certeza que há palavras e sentimentos que continuam, aí mesmo, dentro de ti, oprimidos pelo receio.
   E no meu olhar vazio, que percorre todas as paisagens e mais ainda, só com o objectivo de alcançar o teu, disfarçam-se as lágrimas com as quais travo uma batalha demasiado dura a todas as horas, para que não caiam, para que no fundo não me deixe possuir por uma tristeza demasiado profunda.
  E porque as saudades já se fazem sentir, eu finjo ser o que não sou, finjo não ter sentidos, finjo ser forte e que tudo me é indiferente e quando a minha armadura se desfaz, eu fecho os olhos, lembro-me de ti, do teu sorriso, sorrio também e é nesse momento que a minha armadura volta a formar-se, porque tu és a minha fraqueza, mas em simultâneo, o que me torna indestrutível.
   E porque já dizia o cantor, e porque é nisso que eu acredito e em que quero acreditar: “Muito mais é o que nos une, do que aquilo que nos separa”.

   Não tenhas medo, dá-me a mão e eu protejo-te do mundo. Gosto de ti, muito.

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